terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O Poeta Fiúza de Pontes

              Dimas Macedo





           Em Lavras da Mangabeira nasceu Antônio Fiúza de Pontes, aos 14 de junho de 1876. Filho do coronel Antônio de Pontes Fiúza Lima e de Umbelina de Carvalho Pontes.

         Fez os estudos primários em Aracati, com o padre João Francisco Pinheiro. Transferindo-se para Fortaleza, em 1892, aqui ingressou no Instituto de Humanidades, dirigido pelo Monsenhor Vicente Salazar da Cunha, concluindo o referido curso no Liceu do Ceará.

          Nessa última casa de ensino, iniciou os seus preparatórios, terminando-os no Recife, no Curso Anexo, em 1898, quando ingressou na Faculdade de Direito, pela qual saiu Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, aos 7 de dezembro de 1902.

        Depois de formado, foi nomeado Promotor de Justiça de Monte Alegre, no Pará, e, em 1903, promovido a Juiz Municipal Substituto da Comarca de São Miguel do Guará, no mesmo Estado.

           Criada a Faculdade Livre de Direito do Ceará, em 1903, para a mesma foi nomeado Secretário, por ato de 14 de março de 1904, passando, a 14 de agosto de 1906, a ocupar o cargo de lente substituto de Direito Penal, sobressaindo-se como professor emérito e competente.

            Em 2 de abril de 1907, ainda integrando o corpo docente da Faculdade, recebeu o grau de Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais e, no mesmo ano, escreveu Memória Histórica da Faculdade Livre de Direito do Ceará e dirigiu o Curso Complementar de Prática Forense.

              Envolvendo-se com as lutas políticas e sociais da época, foi eleito Deputado à Assembleia Legislativa do Ceará, nas legislaturas de 1905 a 1908 e de 1909 a 1912, destacando-se no campo da política pelo brilho excepcional da sua inteligência.

              Foi, contudo, na literatura que Fiúza de Pontes veio a se consagrar. Participou ativamente dos movimentos literários e culturais de sua época. Pertenceu ao Centro Literário, fundado aos 27 de setembro de 1894, em cujas sessões leu os versos do livro Myosotis, que não chegou a publicar.

            Contado entre os criadores do grupo literário Plêiade, fundado aos 15 de setembro de 1908 e do qual foi presidente, era considerado poeta de elevada inspiração, e “um perfeito temperamento de artista”, na opinião de Mário Linhares.

            Publicou poesias esparsas na imprensa do Ceará e de outros Estados, especialmente no jornal A República e na revista Iracema, esta última, órgão do Centro Literário.

           Além de Myosotis, deixou mais dois livros inéditos: Florões e Dos Tempos Idos, tendo falecido na capital cearense aos 19 de fevereiro de 1909. Entre as homenagens que lhe foram prestadas, é hoje nome de rua em Fortaleza.

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